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CANTINHO DO IRMÃO WALTER BARIANI
Muito se tem falado sobre a indumentária com a qual o Maçom deveria se apresentar em Loja, desde o terno – que em nosso caso não corresponde à terminologia – até o balandrau, passando por qualquer vestimenta, inclusive roupa de trabalho, como uniformes profissionais, chegando mesmo às fardas militares.
            Vamos por partes:
1.      Terno – a terminologia da palavra indica uma vestimenta composta por três peças, daí o nome “terno”, formado por calça, paletó e colete, impensável o uso em um clima tropical como o do Brasil, mormente em nossa região amazônica. O complemento do terno seria camisa branca, gravata preta, sapatos e meias na mesma cor.
Existem Ritos que exigem essa indumentária, além de luvas brancas, chapéus, cartolas, e muitos outros adereços.
Além de tantas exigências surgiu mais outra em nosso meio rondoniense, qual seja a obrigatoriedade de gravata borboleta em sessões magnas, de onde tiraram essa moda, sinceramente, não posso atinar.
Dizem os defensores do terno que a vestimenta uniformiza e tem o condão igualitário aos membros da Loja, com o que não concordo, porque enquanto aqueles de maior poder aquisitivo desfilam com a roupa sob medida, grifes famosas, na outra ponta estão aqueles desafortunados financeiramente que adquirem, com dificuldades, em lojas populares, portanto a igualdade não se configura.
2.      Balandrau – uma vestimenta dita como sendo de origem brasileira, enquanto outros citam a presença da mesma em Lojas de outros países.
É confeccionado em tecido preto – cor da neutralidade – com comprimento talar, ou seja, vai até os talões, logo acima dos tornozelos, abotoado desde o pescoço até abaixo os joelhos.
Alguns autores citam sua origem desde os tempos medievais quando os cavaleiros usavam em reuniões secretas ou particulares, tendo o sentido de tornar a todos os presentes, de comandantes a outros oficiais, iguais durante o evento.
Se querem a igualdade entre todos esta seria a vestimenta ideal.
3.      Uniformes e fardas – convido o Irmão que me honra em ler estas simples linhas, a imaginar um ambiente onde estão presentes o médico com sua roupa branca, o militar com sua farda e galões distintivos e o operário…
Não é possível vislumbrar um ambiente mais separatista e embaraçoso do que esse, pois haveria uma distinção clara da posição social de cada um, constrangendo os de menores cabedais financeiros e/ou profissionais. Impensável…
4.      Roupa comum – todos compareceriam em mangas de camisa, calça e calçado comuns, sem distinções sociais e/ou profissionais de quaisquer espécies, como é de uso em alguns países, especialmente nos Estados Unidos da America e em parte da Europa, logicamente usando o bom senso quanto ao estado de conservação das roupas e calçados, evitando exageros.
À vista do exposto, que não esgota o assunto, o Balandrau seria a vestimenta ideal por representar a igualdade tão almejada, lembrando sempre que a exigência de calçado e meia na cor preta deveria ser abolida para facilitar a presença do Obreiro em Loja.
O que se busca é exatamente facilitar essa presença, assim, o médico, o militar, o professor, o operário, apenas vestiriam o Balandrau e estavam aptos a participar da reunião. A exceção ficaria por conta de sessões brancas onde o terno – sem o colete – seria exigido, por ser uma reunião fora dos parâmetros normais da Loja.
            Sempre lembrando que o Maçom se reveste com o Avental, sua verdadeira vestimenta, por isso a roupa que cobre o corpo é de somenos importância.
            Creio se faz necessário um debate a altura de uma CMSB sobre o assunto, sem regionalismos, achismos e imposições de qualquer natureza, pois o que estará em discussão não será a visão de um ou outro membro da Confederação, mas o todo, o conjunto, debatendo os graves problemas que a Maçonaria enfrenta em todo o mundo e um dos mais críticos momentos diz respeito à minguada presença de Obreiros em suas Lojas.
            Aventam-se hipóteses de implantar em nosso país a prática, já em uso em outros, de reuniões mensais ou quinzenais, em substituição ao modelo semanal, defasado pelo modernismo onde os horários se tornaram mais exíguos, somando-se a isso a violência que campeia em todos os recantos do globo terrestre. 
            Não tenho certeza absoluta se tal expediente resolveria o problema da acentuada ausência dos Maçons em Loja, no entanto é preciso analisar as propostas com isenção de ânimos, tal a complexidade do tema.
            Talvez a liberação da vestimenta possa ser um início das reformas básicas que precisamos implementar administrativamenteem nossa Sublime Ordem, sempre lembrando que a Maçonaria é perfeita e está séculos à frente da humanidade, e as imperfeições são de responsabilidade exclusivamente nossa, seus Obreiros.  
            Eis o que penso sobre o assunto.
Porto Velho, RO, 30/01/2018.

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