Autor: Walter Bariani
De acordo com o pai-dos-burros, ética é parte da filosofia que estuda os fundamentos da moral, ou seja, é um conjunto de regras de conduta do cidadão perante a sociedade e a sua consciência, em primeiro lugar.
Tomando por base tais princípios, chega a provocar ânsias de vômitos às declarações proferidas pela classe politica de forma geral, com grande destaque para o senado federal, quando da posse do alagoano Renan Calheiros, useiro e vezeiro na arte da politicagem em benefício próprio e de seus correligionários.
Antes da referida posse, o “erudito” senador e ex-presidente da república, José Sarney, falou que se sentia honrado em passar o cargo de presidente daquela casa de leis ao indigitado Renan Calheiros e este arrematou exaltando a ética como modelo a ser praticado em todas as vertentes politicas e sociais.
Fiquei pasmo e sem saber o que atinar com talmente aberrante despautério, porque o Sarney falar em honra é tão importante quanto o Renan falar em ética, ou seja, são modelos a não serem seguidos por qualquer cidadão de bem neste ou em outro qualquer país que se preze.
Não adiantou o abaixo-assinado popular com mais de trezentas mil assinaturas contra a posse do alagoano, assim como em nada refletiu a denúncia do Procurador Geral da República contra o referido parlamentar pelos mais diversos crimes cometidos. Os demais senadores fizerem ouvidos de mercador e empurraram goela abaixo mais uma afronta à moral, à dignidade e à ética do sofrido povo brasileiro.
Mas, o que fazer? Como enfrentar a máquina governista instalada no planalto central que acoberta todos esses horrores republicanos?
Primeiro, o país precisa ser passado a limpo, escoimando-o de toda essa corja composta por indivíduos desclassificados moralmente e que infestam e se locupletam nas tetas da vaca sagrada chamada Brasil, ocupando cargos para os quais foram votados por um povo ignorante, inculto, mantido no mais absoluto analfabetismo politico exatamente para que as coisas continuem do jeito que estão.
Segundo, sacudir a elite intelectual brasileira de sua hibernação politica, responsabilizando-a pelo marasmo em que se encontra a educação e a cultura pátria, por haver se omitido quando o país mais precisava de seus componentes, alguns cooptados, indecentemente para escalões governamentais e outros preferindo a omissão pura e simples ante os descalabros e desmandos provocados pelos mesmos escalões citados.
Terceiro, conscientizar a sociedade organizada em todos os setores para que assumam os papeis que lhe são próprios, isto é, a formação de seus segmentos nos princípios da moral e da ética que deve precede toda e qualquer atividade humana.
E, finalmente, pedir a Deus para que regresse, urgentemente, de suas férias, porque, se Ele é brasileiro, como ufanamente o povo assim o fala, com certeza está gozando de vacâncias prolongadas enquanto o famigerado “jeitinho brasileiro” continua a imperar nesta terra descoberta por Cabral, dois meses depois do carnaval.
É preciso que o brasileiro receba as bênçãos celestiais para que acorde e vire o jogo a seu favor, porque, até o momento, o time da classe politica está ganhando de goleada.
Até que isso ocorra, só resta a indignação e a esperança, que é a última que morre… (não sei não, mas acho que está moribunda…)