SOU “DAS ANTIGAS”
Minha gente, boa tarde.
Sou “das antigas”, desde quando o respeito aos mais velhos era sábio e conservava os dentes.
Sou do tempo em que a “vergonha na cara” era condição principal para o cidadão assumir qualquer emprego, cargo ou posto.
Sou do tempo em que um político era visto com respeito e considerado como “gente de bem”.
Sou do tempo em que um(a) professor(a) era respeitado(a) como se fosse a continuação dos pais e a sala de aulas era a extensão de nossas casas.
Sou do tempo em que homem era homem, mulher era mulher e menino/menina eram apenas crianças, até começar a criar a pelo no corpo.
Sou do tempo em que jovem trabalhava, não para ajudar em casa, mas para “criar responsabilidades” e assumir compromissos com retidão e honra quando adulto.
Sou do tempo em que o Hino Nacional era cantado na escola e a Bandeira Nacional era respeitada a ponto do cidadão, ao passar defronte a ela, em qualquer lugar, tirava o chapéu e inclinava a cabeça.
Sou do tempo em que a palavra era empenho de honra e o fio de bigode, compromisso assumido.
Sou do tempo em que ladrão era marginal e não “vitima da sociedade”.
Sou do tempo em que Juiz de Direito era autoridade respeitável e respeitada.
Hoje, já não sou de tempo algum, pois tudo virou de cabeça para baixo, os valores foram invertidos, honra é peça de museu, ética é ferramenta de otário, honestidade bobagem de velho e respeito algo a ser violentado por dá-cá-essa-palha…
Hoje, o tempo já nada mais vale, a não ser para nós, idosos, velhos, ultrapassados, que ainda acreditamos na honra, honestidade, dignidade e ética.
Que acreditamos na palavra, respeitamos as leis e nosso próximo, criamos os filhos beijando os pais, abraçando os irmãos e amando a família.
Que acreditamos na palavra, respeitamos as leis e nosso próximo, criamos os filhos beijando os pais, abraçando os irmãos e amando a família.
Por que digo tudo isso?
Não sei, assim como não sei como classificar os deputados federais que utilizaram as altas horas da madrugada e o abalo emocional dos brasileiros com a tragédia com a Chapecoense, para mudar a vontade popular, incluindo medidas indignas dos mandatos a eles conferidos.
Hoje, este país de bananas está mais pobre, mais violentado, mais vencido, mais cabisbaixo e mais choroso…
Hoje, um punhado de indivíduos indignos encastelados na Câmara Federal, venais e corruptos até a medula óssea, estapearam a face de cada brasileiro e escarraram na dignidade da pátria.
Que pena que os bons costumes já não valem nada mais…
Walter de Oliveira Bariani
Novembro de 2016