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DE BANDEIRA A QUINTANA
         Analisando friamente a situação dos ostomizados em Rondônia fico a pensar sobre a fuga do poeta para Pasárgada e me pergunto se lá também existem pessoas com o mesmo problema e, caso afirmativo, terão eles as benesses prodigalizadas ao amigo do Rei ou se sofrem as mesmas agruras daqueles que não conseguiram se incluir no rol dos abnegados pela sorte.
           Transportando o lugar paradisíaco, na visão de Manuel Bandeira, para os estados brasileiros, podemos dizer que temos 27 Pasárgadas tupiniquins, sendo cada Governador o respectivo Rei, ora, aqui na Pasárgada rondoniense, até prova em contrário, se não chego a ser amigo do Rei também não passo despercebido, visto haver ouvido do referido que em seu governo a situação dos ostomizados seria diferente, coisa que até o momento não se concretizou.

            De outra parte, há os amigos do dito cujo, que também juraram por todos os santos invocados e por evocar, que tudo fariam para apoiar as ações da Associação Rondoniense de Ostomizados (AROS), inclusive indicando meu nome para assumir a coordenação das ações voltadas à atenção às pessoas ostomizados no Estado.

A AROS teve o cuidado em elaborar um projeto, contando com a ajuda inestimável da  Enfermeira Estomaterapeuta Lisyane Moreira, abrangendo todo o estado, diferente de um similar oriundo da  Secretaria de Estado da Saúde (SESAU), cuja abrangência não ultrapassa os limites da capital, Porto Velho.

            Durante todo o ano de 2011 fizemos inúmeras reuniões com as mais diversas pessoas que hipotecaram solidariedade ao projeto, até que quase ao apagar as luzes do ano a máscara caiu e tudo se redundou em promessas e juras próprias dos políticos: absolutamente nada, acompanhada das negativas e incertezas de praxe.

            Já diziam os antigos que é mais fácil um  burro voar do que um politico cumprir com sua palavra…

            Hoje, relembro Manuel Bandeira e acrescento Mário Quintana ao dizer que, não sou amigo do Rei, por isso não vou para Pasárgada, mas ele, o Rei e seus amigos, passarão… eu passarinho!  

Walter de Oliveira Bariani

Escritor e Poeta

Presidente da AROS
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